Luis Dufaur
A guerrilha narco-marxista das FARC obrigou milhões de colombianos de todas as classes sociais a abandonar suas terras e propriedades nas áreas que ela controlava.
Agora, como estratégia de pacificação o governo colombiano promove o retorno dos cidadãos fornecendo títulos de propriedade e créditos.
A política contradiz o sonho dos rebeldes marxistas de instaurar uma “reforma agrária” socialista, como a cubana ou a brasileira.
“Estamos convencidos que não sem uma solução racional e justa ao problema da terra nunca obteremos uma paz duradoura”, disse o ministro de Agricultura Juan Camilo Restrepo à revista “Time”.
“As pessoas que estão fisicamente na terra, mas não tem senso da propriedade não se interessam em trabalhar e serem protegidas dentro do Estado de Direito, então é fácil que outros venham e os tirem pela força”, observou Ken Yamashita, diretor da U.S. Agency for International Development na Colômbia. A agência está apoiando o programa de criação de proprietários do governo colombiano.
A concessão dos títulos é acompanhada de solenidades, fanfarras militares e banquetes. “O documento diz que somos proprietários de uma parcela de terra, diz a cafeicultora Maria Alvirian, “e com ele obteremos crédito para investir na nossa fazenda”.
O presidente Santos promete acelerar a recuperação das terras em mãos de bandidos ligados à guerrilha marxista e “devolveremos essas terras aos camponeses ainda mais rápido do que os criminais tiraram deles”.
Se é verdade que a posse legalmente garantida da propriedade é um fator de paz, também é verdadeiro que a supressão de propriedade é uma das molas propulsoras da agitação e da subversão. Por isso as FARCs querem a reforma agrária com seus assentamentos.